quinta-feira, 29 de julho de 2010

Médio

"...esquecer-se de si, realizar grandes coisas, atingir a generosidade e ultrapassar a vulgaridade na qual se arrasta a existência de quase todos os indivíduos..."

Este período faz parte de uma carta que o Théo, primo do Van Gogh, mandou pra ele.
Eu gosto muito deste período...tenho ele escrito na parede da minha casa e mais ainda, dentro da minha cabeça.
Eu tento aplicá-lo na minha vida e confesso que falho muitas vezes....Eu não quero mais falhar....eu sei que vou....mas menos,espero.

Tudo isso pra dizer que ao assistir um musical da Broadway foi inevitável ficar puto comigo, com meu país e com a grande maioria daqueles que trabalham ou trabalharam comigo(tanto na dublagem quando no teatro ou na tv)os tais "artistas"
No Brasil particularmente o sujeito ao se auto denominar "artista" passa a crer que é muito mais do que de fato é....e se utiliza de tal denominação para justificar atos excêntricos e/ou ridículos....

Nós deveríamos trabalhar mais e falar menos....oferecer mais e exigir menos....gastar nosso tempo com formação e aprimoramento e não com discursos sobre nós mesmos,sobre o quanto somos bons naquilo que fazemos e o quanto admiramos aquilo que já fizemos.

Ser "artista"é muito fácil.

Trabalhar com arte é difícil e delicado....na maioria das vezes nem agradável é....
Vc pode dizer "ah Fábio...no Brasil temos grandes artistas e até mesmo os tais musicais fazem cada vez mais parte do nosso cenário, não ficamos pra trás em nada,vc está sendo ridículo, kd a valorização do artista nacional??"

Eu digo....nós não ficamos pra trás....nós somos pra trás.

O "artista" nacional quer ser famoso e não bom naquilo que faz.....é isso...no Brasil vc não precisa ser bom profissional, responsável....não é isso que determina seu sucesso ou seu fracasso.(Na maioria das vezes isso é determinado por quem vc conhece e/ou come)

Escola.
Nós não temos escola decente.
As que temos são, no mínimo, duvidosas....tendenciosas...parnasianas.
Arte pro papai e pra mamãe....peça de fim de semestre. E o cara sai de lá carregando uma sigla que faz com que ele se sinta o mais sensível e especial nos humanos...

É muita bochecha rosa e pouco trabalho.

Falta comprometimento...
Sobra vaidade.

Eu pretendo fal(h)ar menos.




Um comentário: