terça-feira, 4 de junho de 2013

D'ontem



Agora que o concreto é mato eu mato o tempo e a memória dessa história imprópria para menores de um metro e sessenta e nove.

O que se move ninguém vê.

Nem eu
Nem vc

Pra esquecer rancor e dor o amor tem que ser molho farto em prato fundo que serve quatro mas só dá pra dois.

Depois a gente esquece tudo e fica mudo pensando no depois.

Talvez...

...dirá que não gosta do agora, que preferiria ir embora e só não chora por que tem hora e lugar pra tudo e agora não é hora.

Eu luto
De luto
Contra tudo e contra todos.
De novo...concreto.

Agora que o concreto é mato eu mato o tempo e a memória desse homem impróprio que quer ir embora do alto de seu um metro e sessenta e nove.

Ele já não se move.
Escreve
E se perde escrito num Cristo triste com síndrome de artista de circo.

É preciso ser simpático.
Um operário cínico.

Mais vale um pássaro voando que a mão de qualquer um.