domingo, 12 de março de 2017

Vida mortal ou morte vital?



Acomodar o corpo no tamanho dos sentimentos. 

Quando bato na mesa e grito para mostrar força, na verdade apresento-me fraco. 

Nasci atrás dos montes. Lá o povo é chucro. 

A morte nos olha o tempo todo. Mas nós não a vemos. 

Atenção pura sobre o que existe. 

Um futuro póstumo. 
Uma memória impossível. 

O sujeito multipartido. 
Mal Parido. 

O terror nos olhos do protagonista que matou a medusa de medo. 

Perseguimos uma identificação impossível.

Um encontro poético onde as possibilidades desaparecem. 

E vida e morte deixam de ser. 

A partir daqui eu vou tentar. 
A partir daqui eu vou tentar. 
A partir daqui eu vou tentar. 

Com Sócrates e Freud sobre a mesa. 
E com o desejo debaixo do braço. 

Escrevo desastre. 
Inscrevo nada na água. 

Um signo de peixes. 
Nada. 
Nada. 
Nada. 

O caráter bruto das impossibilidades. 
Gera a verdade de que todo pensamento é ficção. 

É preciso aceitar o presente perpétuo da morte e do esquecimento. 
Dar forma ao fim do mito individual. 

Eis que morrer se torna impossível. 
Justamente no instante da minha morte. 

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